Dinheiro

5 perguntas sobre como gerir finanças a dois respondidas por uma especialista

Está a pensar juntar os trapinhos com aquela pessoa especial? Já vivem juntos há algum tempo, mas uma reestruturação (positiva) vem sempre a calhar? Saiba o que deve e não deve fazer para que, no que toca às finanças em casal, tudo corra às mil maravilhas.

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5 perguntas sobre como gerir finanças a dois respondidas por uma especialista 5 perguntas sobre como gerir finanças a dois respondidas por uma especialista
© Getty Images
Vera Santos
Escrito por
Jan. 31, 2020

Juntamente com as tarefas domésticas e questões de intimidade, o dinheiro é uma das principais razões pelas quais os casais modernos mais discutem.

Quer seja porque uma das partes ganha mais do que a outra, quer seja por uma questão de disparidade no que toca a gastos pessoais, a verdade é que este é um tema sensível que pode pôr em perigo qualquer relação em que a comunicação não seja o ponto mais forte.

Para (tentar) acabar de vez com as dúvidas, estivemos à conversa com Susana Albuquerque, especialista em finanças pessoais, e pedimos-lhe que respondesse às cinco das questões que achamos mais pertinentes no que à gestão de finanças em casal diz respeito.

Se está a pensar começar uma vida a dois com a sua cara-metade, saiba o que devem ter em conta para que nada falhe.

5 perguntas sobre finanças em casal finalmente respondidas

1. A pergunta de um milhão: contas juntas ou separadas?

Susana explica que o ideal, em termos financeiros, “será o casal ter três contas: uma para despesas comuns, cuja lista é definida por ambos e para a qual ambos contribuem mensalmente na proporção daquilo que ganham, e outras duas contas individuais, para as despesas e uso pessoal de cada membro do casal”.

De acordo com a especialista é este o modelo ideal para o equilíbrio financeiro da vida em casal. No entanto, há que entender que cada casal é diferente e existem vários outros métodos que podem funcionar, tal como “uma conta comum para as despesas comuns e individuais ou contas separadas com a definição de quem paga o quê”.

O segredo é, como em quase tudo na vida, a comunicação, que deve ser “clara e consciente, de maneira a que as decisões sejam confortáveis e justas para cada membro do casal.”

2. Dividir a renda em partes iguais ou proporcionalmente consoante o ordenado de cada uma das partes?

Para evitar discussões, Susana acredita que “a solução mais igualitária passa por repartir a despesa de forma proporcional àquilo que cada um ganha, de modo a equilibrar o esforço financeiro de cada um dos membros do casal ao final do mês”.

Por exemplo, “se um dos membros do casal ganha 60% do rendimento total do casal, deverá pagar 60% da renda (e das restantes despesas), ficando os restantes 40% a cargo do outro membro. Esta é a forma ideal de prevenir conflitos financeiros”.

3. E em termos de outras despesas, como a água ou a luz?

No que a outras contas mensais diz respeito, as coisas não variam muito. O ideal é que sejam “divididas entre o casal, devendo esta repartição ser feita de forma justa para ambos. Para isso é essencial que ambos saibam para onde vai o dinheiro e tenham presente qualquer diferença salarial entre cada um deles na divisão das contas.”

De acordo com Susana, “a forma de colocar isto em prática pode ser definindo quem paga que despesas ou pagando tudo a partir da conta comum (quando esta existir), sempre na referida proporção dos rendimentos de cada um”.

A especialista sugere reservar, pelo menos, uma hora por mês, para falarem sobre a gestão do dinheiro. Só assim podem evitar “o acumular de tensões ou ressentimentos que acontece quando cada membro do casal sente que o outro deveria adivinhar ou conhecer as suas necessidades e prioridades financeiras”.

4. Conta poupança, sim ou não?

A resposta é sim. “Uma conta poupança é essencial na vida de um casal, seja para gastos inesperados que não cabem no orçamento, seja para a educação dos filhos, seja para umas férias.”

Susana refere que “uma das regras de ouro da poupança é a de que a mesma seja feita por objetivos, devendo sempre e em qualquer caso haver um fundo de emergência que cubra entre 3 a 6 meses do rendimento mensal da família para fazer face a alguma situação de desemprego imprevista ou doença. O valor a poupar mensalmente deverá ser uma percentagem do rendimento ou uma quantia fixa, mas para que a poupança aconteça deve ser dada uma ordem de transferência automática, de maneira a que assim que o salário entra na conta saía para a conta poupança do casal.”

Outras contas como “refeições fora, passeios ou bilhetes para ir ao cinema podem ser incluídas na conta em comum do casal, para onde ambos contribuem todos os meses ou podem também ser pagas à vez, através do dinheiro que cada um possui na sua conta bancária individual”.

5. Em relação aos gastos pessoais de cada um, qual a forma mais correta de agir?

Susana evidencia a importância da transparência neste tipo de questões e explica que é importante que cada membro do casal tenha a sua conta bancária individual para usar como achar mais conveniente, em função das suas contas e despesas pessoais”.

É, no entanto, aconselhado que “a gestão e uso do dinheiro não seja feita inteiramente às escondidas do parceiro, pois com a noção ampla das finanças dos dois é mais fácil planear o dinheiro do casal, especialmente se estiverem a travessar alguma situação financeira inesperada ou se existir um projeto que implique investimento como, por exemplo, a compra de uma casa”.

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