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Microagulhamento: como funciona o tratamento com agulhas na pele

Tem inúmeras vantagens, ainda que o seu método suscite algumas dúvidas a quem o queira experimentar. Aprenda tudo sobre o microagulhamento.

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Microagulhamento: como funciona o tratamento com agulhas na pele Microagulhamento: como funciona o tratamento com agulhas na pele
© D.R.
Marta Chaves
Escrito por
Ago. 20, 2020

O mundo chocou-se quando, em 2013, Kim Kardashian partilhou uma fotografia no seu Instagram pessoal que mostrava o rosto repleto de sangue, mas sem sinal de sofrimento à vista. Chamaram a esta técnica de “tratamento vampiro”, por razões óbvias, mas pouco se conhecia sobre a técnica que, na verdade, traz muitos mais benefícios à pele do que se pode pensar.

Chama-se microagulhamento, e tal como o próprio nome diz, funciona com pequenas agulhas, introduzidas na pele, mas sem dor associada. Melhor do que nós lhe dizermos o que é, a enfermeira e micropigmentadora Angella Lemos, do Angel’s Institute, explica como tudo funciona.

O que é o microagulhamento?

“É uma técnica pouco invasiva onde se utiliza uma caneta, conhecida comercialmente como Derma Pen, ou um rolamento de cilindro com microagulhas (Roller) sobre a pele para estimular a produção de colagénio e elastina”, explica à Saber Viver.

As microagulhas são de aço inoxidável, têm diferentes comprimentos que podem ir de 0,25 a 2,5 milímetros e provocam um processo de reparação que cicatriza e regenera os tecidos.

“Durante a reparação tecidual as células utilizam esses mesmos fatores de crescimento que estimulam o aumento de fibroblastos e de novas células, responsáveis pela recuperação da lesão, que associados ao microagulhamento com aplicação tópica de cosméticos (ampolas e sérum) potenciam os resultados pretendidos.”

É utilizado um anestésico tópico antes da realização do procedimento. O uso deste anestésico é somente para pessoas muito sensíveis ao desconforto das agulhas

Na verdade, este mostra-se ser um tratamento bastante eficaz para quem procura combater as linhas finas ou rugas e ter a pele com um aspeto mais jovem. Acaba por ser também um tratamento anti-idade, que vai muito além de cremes e de soluções tópicas.

“Os fibroblastos, células especializadas na produção de novas fibras, aos serem estimulados, vão sintetizar novas fibras de colagénio que vão interagir com as fibras já existentes, aumentando assim a resistência e elasticidade dos tecidos”, refere Angella Lemos.

Se o que a preocupa nesta técnica é a utilização de agulhas que, por sua vez, remetem para a dor, a especialista garante que isto não acontece. “A pele é preparada com a aplicação de uma loção de limpeza suave sendo a assepsia da pele feita com clorohexidina. É utilizado um anestésico tópico antes da realização do procedimento. O uso deste anestésico é somente para pessoas muito sensíveis ao desconforto das agulhas. O deslizar das agulhas é realizado na epiderme sendo superficial não causando dor.”

Os principais problemas a tratar

O microagulhamento é ideal para tratar alguns problemas de pele. São eles:

  • Manchas
  • Rugas
  • Linhas de expressão
  • Cicatrizes
  • Depressões na pele
  • Tecidos que sofreram queimaduras
  • Estrias
  • Flacidez
  • É ainda recomendado para queda de cabelo, uma vez que “estimula a circulação sanguínea, aumentando assim a oxigenação e nutrição do folículo onde está implantado o cabelo”.

As contraindicações

Sendo este um tratamento que envolve microagulhas, não é aconselhado a todas as pessoas. A especialista enumera alguns problemas de pele e condições de saúde que estão excluídas de avançar para o microagulhamento.

  • Lesões
  • Verrugas
  • Hiperqueratose solar
  • Psoríase
  • Herpes
  • Acne ativa
  • Infeções cutâneas
  • Propensão a queloides
  • Pessoas com o sistema imunitário debilitado
  • Portadores e diabetes
  • Outras patologias onde seja necessário o uso anticoagulantes.
  • Grávidas
  • Peles com fotótipos mais altos (tipo 6, ou seja, peles negras mais escuras merecem uma atenção especial).

Além disto, não é aconselhável a pele muito reativas, com rosácea ou couperose (uma das fases da rosácea). A especialista ainda alerta: “Pessoas que apresentam herpes labial têm risco aumentado de reativar o vírus como resposta ao tratamento. O microagulhamento é contraindicado para quem faz uso de isotretinoina (Roacutan) acne de 2º e 3º graus, nos 5 meses anteriores.”

Como funciona (mesmo) o microagulhamento?

“Primeiro realiza-se uma leve esfoliação da zona a ser tratada, após a esfoliação utiliza-se um antisséptico (clorexedine) para higienizar a zona”, começa por explicar Angella Lemos. “Através da Derma Pen com agulhas de 12 ou 36 pontas, inicia-se o procedimento de passagem da Derma Pen ao mesmo tempo que são aplicados os ativos escolhidos (ácido hialurónico, nano peptídeos, Vit C, entre outros).”

Todos estes ativos vão facilitar o deslizamento das agulhas na pele. Já os movimentos, “são de vai e vem, com repetições em média de 10 a 15 passagens em cada zona, quer seja no rosto ou corpo.”

É aqui que acontece a fase do sangramento (que deu origem à famosa fotografia de Kim Kardashian). “A passagem da Derma Pen na pele após o número de repetições acima mencionado, faz com que aconteça uma hipermia ou seja através da chamada sanguínea a pele pode ficar vermelha, podendo ocorrer um micro sangramento.”

Em termos práticos, são aconselhadas quatro a seis de microagulhamento, com intervalo de um mês, para que a recuperação da pele seja feita. A especialista refere que, em média, “a recuperação tecidual pode levar entre 28 a 31 dias.”

Cuidados a ter após o tratamento

  • Utilização de proteção solar com SPF 50, principalmente nos primeiros sete dias
  • Não frequentar sauna, piscina e banho turco
  • Utilização de água termal. “Não só para promover o conforto imediato após o procedimento, como para manter os níveis de hidratação”, aconselha a especialista
  • Restringir o contacto com animais.
  • É aconselhado a não molhar a zona tratada nas primeiras 24 horas

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