Saúde

Estas são as respostas às questões mais colocadas por doentes oncológicos

A ciência tem uma palavra a dizer sobre a prática de exercício físico e a alimentação durante os tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Descubra tudo o que precisa de saber sobre este tema.

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Estas são as respostas às questões mais colocadas por doentes oncológicos Estas são as respostas às questões mais colocadas por doentes oncológicos
© pexels
Rita Caetano
Escrito por
Dez. 03, 2022

É possível praticar exercício físico enquanto se faz quimioterapia ou radioterapia? Que tipo de alimentação se deve seguir quando se está a fazer tratamentos para o cancro? Deve-se perder ou ganhar peso no decorrer destes tratamentos?

Estas são três perguntas muito comuns em doentes oncológicos e foi a pensar neles que a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), após ter avaliado um grande número de estudos realizados entre 2000 e 2021, divulgou três importantes diretrizes que podem acabar com algumas dúvidas dos doentes com cancro sem metástases.

Contudo, há que realçar que, enquanto o benefício do exercício físico é inquestionável, a nível alimentar ainda é preciso continuar a investigar.

Os oncologistas deveriam aconselhar exercícios aeróbios e de resistência

Os três pilares importantes

Exercício físico

De acordo com as recomendações da ASCO, os oncologistas deveriam aconselhar exercícios aeróbios e de resistência durante os tratamentos para diminuir os seus efeitos colaterais.

Os estudos demonstram que a atividade física reduz a fadiga, conserva a força e melhora o sistema cardiorrespiratório.

Em alguns casos, a prática desportiva ajuda ainda a reduzir a ansiedade e a depressão, melhora o sono e incrementa a qualidade de vida em geral.

Sob aconselhamento médico, a ASCO não tem dúvidas de que os benefícios do exercício físico superam em larga medida os riscos que possam existir.

Alimentação

Para a ASCO, ainda não está suficientemente comprovado que as dietas como a cetogénica ou regimes pobres em hidratos de carbono ou gorduras, bem como o jejum intermitente, melhorem a qualidade de vida e controlem os efeitos dos tratamentos.

O que não é de todo recomendado pela ASCO é a dieta neutropénica, que exclui totalmente frutas e vegetais crus, pois não demonstra prevenir infeções em pacientes em tratamento, contrariamente ao que muitas vezes é divulgado.

Perda e ganho de peso

Não há evidências suficientes que associem a perda ou o ganho de peso intencional a uma melhor qualidade de vida, a uma maior ou menor
toxicidade do tratamento ou ao controlo da doença.

Apesar disso, o estado de saúde da população em geral beneficia de um peso equilibrado e da redução do consumo de carnes vermelhas, de alimentos processados e de hidratos de carbono de absorção rápida, logo essas diretrizes são também válidas para doentes oncológicos.

Uma investigação recente da ASCO com mais de 2419 pacientes, nos Estados Unidos da América, descobriu que quase 75% altera a sua dieta e padrões de exercícios após o diagnóstico, e isso tem influência no seu peso.

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