Saúde

Escoliose: como identificar esta doença da coluna em 3 sintomas

Com certeza já ouviu falar em escoliose, mas sabe que a doença pode surgir precocemente, sobretudo em crianças e adolescentes? Para que a possa prevenir, explicamos-lhe quais os sintomas a ter em atenção.

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Escoliose: como identificar esta doença da coluna em 3 sintomas Escoliose: como identificar esta doença da coluna em 3 sintomas
© Unsplash
Mafalda Barbosa
Escrito por
Jun. 27, 2022

É difícil identificar quais as principais causas da escoliose, mas não devemos esquecer que existem maneiras de a prevenir (e curar). É uma doença que, apesar de, por norma, não provocar dor física, acaba por ser uma grande dor psicológica para os doentes afetados por esta patologia.

Por isso, é importante conseguir identificar os sintomas desde cedo, de forma a evitar problemas mais graves no futuro, que podem levar a tratamentos mais difíceis.

Com o objetivo de alertar para deteção precoce da doença, bem como explicar os seus sintomas e o principal exame diagnóstico, a campanha Josephine Explica a Escoliose destaca os três principais sinais de alerta. Descubra-os e fique atenta!

Escoliose: a doença da coluna que afeta a autoestima

A escoliose define-se como uma deformação visível da coluna, em forma de “S”, num movimento em espiral. Apesar de possuir diversas causas, entre 70% a 80% dos casos a sua origem é desconhecida, sendo que, por essa razão, a escoliose mais comum se designa de idiopática. 

A prioridade deve ser sempre a deteção precoce da doença e a sensibilização das famílias – João Lameiras Campagnolo, ortopedista

Sinais de alerta

Os primeiros sinais da doença revelam-se em:

  • Ombros desalinhados;
  • Desvio da coluna;
  • Assimetria dos flancos (localizados na parte lateral da barriga).

“Ao ser detetado algum dos principais sinais, é crucial procurar ajuda junto de um médico para que seja realizado o devido e atempado diagnóstico e, caso se justifique, seja adotado o tratamento adequado precocemente”, explica João Lameiras Campagnolo, ortopedista no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e coordenador da campanha.

Um dos principais testes de diagnóstico realizados, que com certeza já viu acontecer, é o teste de Adams, que consiste na flexão da coluna para a frente, de modo a detetar qualquer assimetria (corcunda) na região torácica (costelas e ombros) e observar um lado mais alto que o outro (devido a rotação vertebral e das costelas).

Identificar a doença

Estes alertas podem desenvolver-se desde muito cedo, sendo que a escoliose é a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes. É por isso crucial que os pais ou cuidadores das crianças estejam atentos a qualquer um dos sinais referidos acima.

Por norma, a partir dos 10 anos, uma idade crítica para o crescimento, é a altura mais comum para desenvolver este problema.

Estima-se que 2% a 3% das crianças e jovens venham a desenvolver a doença, sendo mais frequente nas meninas do que nos rapazes (8 em 10 casos são de raparigas).

É importante perceber também se existe historial de casos na família, pois aí a urgência para o tratamento da doença vai ser maior. “A prioridade deve ser sempre a deteção precoce da doença e a sensibilização das famílias”, afirma o especialista.

Apesar de se tratarem de estudos preliminares, um estudo japonês (Pontuação de risco genético de escoliose idiopática do adolescente para potencial uso clínico), publicado no Journal of Bone and Mineral Research em junho do ano passado, afirma que, através de um “score de risco”,  é possível prever o aparecimento e a evolução deste tipo de escoliose em crianças e jovens.

Existe tratamento para a escoliose?

Mas, então, como podemos tratar a escoliose? Esta doença não possui uma cura difícil, muito menos impossível. Aliás, menos de 1% os casos de afetados necessitam efetivamente de um tratamento.

Dentro do grupo de pessoas afetadas pela doença, existem dois procedimentos que podem ajudar na cura da escoliose. Em casos menos graves, o uso de um colete de correção é o suficiente para endireitar a coluna. Já em situações mais graves, pode ser necessário recorrer a cirurgia.

“O avanço tecnológico ao longo dos últimos anos permitiu alcançar uma elevada segurança e eficácia aquando da realização destas cirurgias e os resultados têm sido muito positivos”, garante João Campagnolo.

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