Cultura

5 lições que os filmes românticos nos tentaram ensinar

Fazem-nos chorar, rir e suspirar. Crescemos com eles e cada uma de nós tem os seus preferidos. Mas será que as mensagens que os filmes românticos nos tentam passar são as melhores?

Untitled-7 Untitled-7 Untitled-7
5 lições que os filmes românticos nos tentaram ensinar 5 lições que os filmes românticos nos tentaram ensinar
© IMDb
Vera Santos
Escrito por
Fev. 04, 2020

Que atire a primeira pedra quem nunca largou um enorme suspiro a ver O Diário da Nossa Paixão ou O Amor Acontece. Deste lado, não há pedras para atirar. A verdade é que de filmes românticos percebemos nós e se há coisa que nos deixa orgulhosas é saber recitar, de trás para a frente, inúmeras falas bem lamechas do mundo do cinema.

Frases como “se tu és um pássaro, eu sou um pássaro” e “sou só uma rapariga, à frente de um rapaz, a pedir-lhe que a ame” estão gravadas nas nossas memórias e é lá que vão ficar para sempre (pontos extra para quem souber a que filmes pertencem).

Atrevemo-nos até a dizer que alguns deles mudaram a forma como olhamos para o amor e para as relações amorosas no geral. Se as nossas expectativas estão altas, a culpa é de personagens como Noah, de Ryan Gosling, ou o rebelde Patrick, interpretado por Heath Ledger em 10 Coisas que Odeio em Ti.

© Giphy

Mas se é verdade que os filmes românticos nos têm feito sonhar ao longo dos anos, também há que admitir que muitos deles deixam muito a desejar.

Alguns são apenas maus filmes, sem salvação possível. Outros são profundos e bonitos, mas contêm algumas mensagens que devemos ter o cuidado de não assimilar. Reunimos algumas delas para que possa tomar as suas próprias conclusões.

5 lições dos filmes românticos a que NÃO devemos dar ouvidos

1. “Não” quer dizer “continua a tentar”

Quem não se lembra da tão famosa cena no filme O Diário da Nossa Paixão em que Noah se pendura na roda gigante, a vários metros do chão, chantageando Allie para que aceite o seu convite para um encontro? À primeira vista, parece um gesto romântico, mas se pensarmos bem, a atitude é assustadora.

Ter um homem a perseguir-nos e a ameaçar o suicídio para que aceitemos ir sair com ele não é a nossa ideia de romantismo. Diria até que é caso para chamar a polícia!

© Giphy

Outra ideia recorrente é a de que a perseguição é algo normal e romântico se uma pessoa está mesmo apaixonada pela outra.

No filme Crepúsculo, Edward tinha o hábito de entrar pela janela de Bella, durante a noite, e vê-la a dormir sem que ela soubesse. Mais uma vez, é caso para fugir a sete pés (e fechar bem as janelas).

2. Temos de mudar a nossa aparência para agradar aos outros

Dizer adeus aos óculos, passar a usar maquilhagem e soltar o cabelo são passos simples, mas obrigatórios, se queremos conquistar o homem (ou a mulher) dos nossos sonhos. Esta não só é uma mensagem errada, como pode ser prejudicial, já que vários dos filmes que a tentam passar têm uma audiência jovem que é facilmente impressionável.

Alguns exemplos são O Diário da Princesa, Grease ou The Breakfast Club – O Clube, todos eles filmes em que uma rapariga muda a sua aparência e até mesmo o seu comportamento, para agradar a um homem. Não há nada de errado numa mudança de look, mas faça-o por si, não pelos outros.

© Giphy

3. Discutir constantemente = paixão

Uma ou outra discussão todos os casais têm. É saudável e faz parte da vida a dois. Mas se os ânimos se acendem diariamente por razões triviais, como o facto de não ser a nossa vez de lavar a loiça, ou por não conseguirmos decidir onde queremos jantar, talvez seja necessário avaliar e reestruturar a forma como se comunica.

Filmes como A Proposta, O ABC da Sedução, Crazy Stupid Love ou, correndo o risco de me tornar repetitiva, O Diário da Nossa Paixão, quiseram-nos fazer acreditar que, para manter a chama de uma relação acesa é preciso que haja conflito atrás de conflito. Discussões regulares que acabam, inevitavelmente, numa sessão escaldante de make-up sex.

Na realidade, as coisas não funcionam assim. O que se quer são relações estáveis com pessoas com as quais podemos contar. Fim de discussão.

4. Se tiver de ser, o destino trata do assunto

Muitos filmes focam-se na ideia de que existem almas-gémeas que estão destinadas a encontrar-se, dê por onde der. Esta é uma mensagem muito generalizada, mas pouco realista, que se pode tornar verdadeiramente prejudicial.

Por vezes, a pessoa com quem achamos que vamos ficar para sempre acaba por não ser “a tal” e continuar a investir numa relação pouco saudável apenas porque achamos que é assim que o destino quer que seja, não será bom para ninguém.

Para além disso, nos dias de hoje, a solução não é ficar em casa, de braços cruzados, à espera que o destino faça a sua magia e envie um sagitariano a nossa casa. Existem várias formas de conhecer pessoas com quem podemos ter uma ligação e não se esqueça, há muito peixe no mar!

5. As mulheres devem estar em permanente competição umas com as outras

Atenção, beleza, inteligência. De acordo com grande parte dos filmes românticos (e muitos outros, na realidade), as mulheres são naturalmente más umas para as outras e passam a vida a tentar provar que merecem mais e melhor do que as outras.

Este é um pensamento muito 2010, que está muito bem onde está: no passado. O que está in agora (e se tudo correr bem, ficará in para sempre) é o girl power.

Ser mulher não é fácil e pode mesmo chegar a ser bastante complicado. Ter o apoio de outros membros do sexo feminino é meio caminho andado para que tudo corra melhor. Somos aliadas, não adversárias numa competição.

 

View this post on Instagram

 

A post shared by The Just, Girl. Project (@justgirlproject) on

Últimos