Por mais conscientes que estejamos de que somos muito mais do que o tamanho da roupa que vestimos ou por mais confortáveis que estejamos com as nossas rugas, a verdade é que nem sempre gostamos do que vemos ao espelho e nem sempre lidamos da melhor forma com o facto de envelhecermos ou de sentirmos que a nossa imagem não corresponde ao que desejaríamos. Afinal, são décadas e décadas a interiorizarmos que só é bela quem é jovem e perfeita quem não tem celulite e veste o tamanho 36.
Felizmente, assiste-se cada vez mais a movimentos contracorrente que celebram a liberdade de mostrar as formas do corpo tal como são (e onde também entra a aceitação dos sinais de idade), sem ter de corresponder a um padrão de beleza imposto.
O caminho para uma beleza mais inclusiva ainda é longo e é por isso que, entre outros temas, nesta edição resolvemos trazer à reflexão diversos conceitos, como o de slow-aging, o de saber envelhecer, o da aceitação, o da confiança e do amor-próprio.
Acreditamos ser importante contribuir para a mudança na forma como se entende a beleza feminina: que se reconheça a atitude, a força, a confiança, a personalidade e o carácter como fatores de beleza.
Todas conhecemos mulheres que consideramos muito bonitas e, se pensarmos um pouco, nem todas são jovens, nem as recordamos pelos atributos físicos. É muito mais do que isso. A beleza é atemporal, não tem idade e vai muito para além da imagem física!
Não são as alegadas perfeições ou imperfeições, as rugas ou os cabelos brancos que nos definem. Nem tão-pouco a forma como os outros nos veem, mas sim a forma como nos vemos a nós próprias, como nos sentimos e nos respeitamos.
De que vale cuidar da imagem que mostramos aos outros se não cuidamos da perceção que temos de nós próprias? É por isso crucial mudarmos o discurso: parar de falar de anti-aging e passar a falar de pro-aging, ou seja, aceitarmos o envelhecimento como algo natural.
Isto não significa que seja errado querer melhorar o corpo, deixar de usar cosméticos ou de pintar o cabelo. Mas cuidarmo-nos sem obsessões, transformando as rotinas de beleza num gesto de autocuidado, de prazer e de harmonia em vez de um ato de desespero em recuperar a juventude ou a imagem perfeita.
Seremos muito mais felizes quando aprendermos a ser mais gentis connosco próprias e a viver de uma forma mais leve.
NAS BANCAS
Além deste tema mais relacionado com o crescimento pessoal e de equilíbrio entre corpo e mente – para o qual a convido a refletir nestas férias – , esta é uma edição com muitas sugestões de moda, beleza, viagens e alimentação para desfrutar do verão, para abrandar o seu ritmo de vida e para se focar em si e nos seus.
Terá, depois, tempo para regressar às exigências profissionais, mas certamente voltará mais forte e confiante.
Este mês, a bodyboarder e ativista pelo ambiente Joana Schenker juntou-se a nós nesta mensagem pela procura de equilíbrio, de leveza e de slow living. Estou certa de que a partilha do seu estilo de vida e da forma como cuida de si e do planeta a inspirará.
Boas férias!
A edição de julho da Saber Viver já está nas bancas, num local perto de si.