12 formas de celebrar o 25 de abril

Na Casa Independente, as celebrações do 50.º aniversário do 25 de Abril começaram logo no início do mês. Da entrada ao telhado, passando pelas varandas e paredes, é possível ver intervenções e instalações que vão das evocações de Ana Hatherly (1929-2015) à iconografia das pinturas murais revisitadas pelo olhar da equipa da Casa. Refletem as lutas ativas de hoje e relembram a relevância que mantêm desde abril de 74, abordando temas como o colonialismo, a censura, a tortura, o exílio, sem deixar de lado a luta feminista. Na noite de 24 para 25 de Abril, será apresentado o espetáculo Por Teu Livre Pensamento de videomapping analógico na fachada da Casa Independente, que convoca todos para a luta activa contra uma ideia de falsa democracia. Já depois da meia noite, sobre ao palco Bruno Huca para um concerto, e Mãos na Anca para um DJ set.

Quando: Até 30 de abril.
Onde: Casa Independente, Lisboa.
Entrada livre.

A Noite, a primeira peça de teatro escrita de José Saramago, está em cena para comemorar a liberdade e transporta-nos para a noite de 24 de abril de 1974, passada numa redação de um jornal, em Lisboa. Temas como a liberdade e a verdade jornalística extraem-se das entrelinhas da peça, dando-lhe atualidade e pertinência.

Onde e quando: Casino Estoril, 24 e 25 de abril; CAE Guimarães, 27 e 28 de abril; Faro, Teatro das Figuras, 1 de maio; Centro Cultural da Malaposta, a partir de dia 3 de maio.
Preço: A partir de 20€.

A Luta Contínua é o título do concerto de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril que reúne no palco do CCB Ana Lua Caiano, Capicua, Eu.Clides, Jonas, Manuela Azevedo, Paulo Flores e Xullaji. Foi pensado para estimular a continuação da luta pela liberdade e mostrar a fragilidade da democracia, as novas inquietudes, as novas revoluções, os novos atores dessas mudanças.

Quando: 24 de abril.
Onde: CCB, Lisboa.
Preço: A partir de 5€.

Os Concertos Promenade do Coliseu Porto Ageas também se juntam à celebração do 25 de Abril com Canções da Liberdade. Este concerto nasceu do repto que a Orquestra de Jazz de Espinho lançou a nove compositores para criar obras inéditas sobre canções icónicas que, um pouco por todo o mundo, materializaram o protesto, a luta pela liberdade, a defesa dos direitos humanos, da justiça e dos mais elementares princípios da dignidade humana. A dar voz a estas canções, onde se incluem hinos como Grândola, Vila Morena ou A Change Is Gonna Come, estarão Marta Ren e JP Simões.

Quando: 28 de abril, às 11h.
Onde: Coliseu Porto Ageas.
Preço: Entre 12€ e 14€

No LU.CA, as comemorações dos 50 anos do 25 de abril são feitas com o concerto Mais Alto! com um repertório de canções que despertam para preocupações com os direitos humanos, a justiça, a construção da democracia e os perigos dos regimes de censura. Neste concerto, desafiam-se os mais novos a estarem atentos às letras e a cantar e dançar. As canções são intercaladas com comentários da escritora Isabel Minhós Martins que enquadram os temas escolhidos e levam o público a refletir sobre o poder da música nas mudanças sociais e políticas.

Quando: 27 de abril, às 16h30 e às 18h30; 29 de abril, às 11h30 e às 16h30.
Onde: LU.CA – Teatro Luís de Camões, Lisboa.
Preço: 3€.

Lisboa já começou a celebrar a Revolução dos Cravos no início de abril, mas no dia 24 de abril todas as atenções voltam-se para Uma Ideia de Futuro, um espetáculo de videomapping, marcado para o Terreiro do Paço, cujas fachadas serão o palco por onde passarão as fotografias de Alfredo Cunha, acompanhadas pela música de Rodrigo Leão. Seguem-se, depois, as canções de abril de José Afonso, José Mário Branco, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Lopes-Graça e Carlos Paredes, interpretados pela Orquestra Sinfonietta de Lisboa, o Coro de Santo Amaro Oeiras e o Coro da Escola Artística do Instituto Gregoriano de Lisboa, juntando-se os solistas Marina Pacheco (soprano) e Mário João Alves (tenor) e os músicos Gaspar Varela (guitarra portuguesa), Pedro Mourato (guitarras), Francisco Santos (baixo elétrico) e Sertório Calado (bateria). Com conceção e direção artística de Luís Varatojo, o espetáculo terá ainda a narração de histórias, por seis jovens atores, acerca do Portugal de hoje e do caminho percorrido, e pela projeção de imagens que ilustram histórias e canções.

Quando: 24 de abril, às 22h.
Onde: Pç. do Comércio, Lisboa.
Entrada livre.

Esta mostra do Almada Forum tem como objetivo pôr as pessoas a refletir sobre as diferenças entre o Portugal da ditadura e o da democracia e reconhecer o papel das mulheres na construção de uma sociedade mais justa. A exposição Ser Mulher, antes e depois do 25 de Abril é um registo histórico que retrata o dia a dia, as lutas e as conquistas da mulher em Portugal. Esta exposição é fruto de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Almada, o MDM – Movimento Democrático das Mulheres e a UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta.

Quando: até 28 de abril
Onde: Almada Forum.
Entrada livre.

O MACC Baião reúne na exposição 25 de Abril: 50 anos/50 artistas/50 obras trabalhos de artistas que viveram a Revolução dos Cravos e que são uma referência na pintura portuguesa e que marcaram o modernismo, o neo-realismo e a arte contemporânea. Com curadoria de Cabral Pinto, a exposição reúne, entre outros, Álvaro Lapa, António Dacosta, Armanda Passos, Cabral Pinto, Carlos Botelho, Cruzeiro Seixas, Dórdio Gomes, Graça Morais, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, João Cutileiro, José de Guimarães, José Escada, José Pedro Croft, José Rodrigues, Julião Sarmento, Júlio Pomar, Júlio Resende, Lourdes Castro, Maluda, Manuel Cargaleiro, Mário Césariny, Nadir Afonso, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Paulo Ossião, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, René Bertholo e Vieira da Silva.

Quando: até 30 de setembro.
Onde: Mosteiro de Ancede Centro Cultural, Baião.
Preço: 5€.

Na edição em que cumpre 40 anos, o festival literário mais antigo do país celebra também a liberdade trazida pelo 25 de Abril com uma programação que vai desde sessões escolares a exposições, leituras e performances que combinam a música e o teatro. No dia 25 de abril, estarão em destaque três poetas de língua portuguesa numa sessão de tributo conjunta, bem como Diogo Divagações, ator, que ocupará a Praça do Tablado, durante a manhã, com a declamação de poemas ligados à temática da Liberdade. Já no campo da música, os destaques vão para a conversa-concerto com a cantora e compositora Rita Redshoes, no dia 24, e os concertos de Chalo Correia, dia 25, e de Azar Azar & Maze, no dia 26. A fechar o festival, uma conversa-concerto com Marta Ren.

Quando: Até 27 de abril.
Onde: Vários locais de Vila Nova de Foz Côa.
Entrada livre.

A LX Factory convidou o artista francês Bastien Tomasini, também conhecido como Gringo, para uma exposição que celebra os 50 anos do 25 de abril. Para esta mostra Bastien Tomasini inspirou-se nas referências do Barroco português, especialmente nos elementos de azulejos que fotografou durante a sua visita ao Museu Nacional do Azulejo, em Portugal. É a primeira exposição ao ar livre do artista.

Quando: Até setembro.
Onde: LX Factory, Lisboa.
Entrada livre.

Para comemorar os 50 anos do 25 de abril, a coreógrafa Nélia Pinheiro preparou o espetáculo de dança Palavras Não Ditas 2 com a CDCE. Esta coreografia é a nova versão de uma estreada em 2005, que é uma uma reflexão pessoal sobre o impacto da censura de um regime político sobre a vida, o corpo do artista, e sobre a expressão artística.

Quando: 27 de abril.
Onde: Auditório Augusto Cabrita, Barreiro.
Preço: 5€.

Sons da Liberdade são três viagens musicais únicas nas vozes de JP Simões (24 de abril), Gisela João (25) e B Fachada (26) que celebram a Revolução dos Cravos. O primeiro apresenta o álbum JP Simões Canta José Mário Branco, a segunda, o espetáculo Gisela Canta Abril, e o terceiro Zeca, Zeca e mais Zeca.

Quando: 24, 25 e 26 de abril.
Onde: Teatro Tivoli BBVA, Lisboa.
Preço: A partir de 12,50€.