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6 mitos sobre o orgasmo feminino que precisa de desmistificar

Muito já se disse sobre o prazer feminino, mas parece que ainda há dúvidas e barreiras que têm de ser esclarecidas e ultrapassadas. Descubra quais são.

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6 mitos sobre o orgasmo feminino que precisa de desmistificar 6 mitos sobre o orgasmo feminino que precisa de desmistificar
© Getty Images
Marta Chaves
Escrito por
Jun. 16, 2021

Será que todas as mulheres conseguem ter orgasmos múltiplos? E será que a idade tem influência na intensidade do orgasmo? As dúvidas persistem e parece que com o passar dos anos os tabus não chegam ao fim e continuam a ter alimentados.

Como Valérie Tasso, sexóloga e embaixadora da marca sueca de brinquedos eróticos de luxo Lelo, diz: “O orgasmo é uma resposta de prazer extremo do corpo que não pode ser descrito com palavras exatas e que só podemos revelar através de metáforas.”

A especialista, explica-nos, em baixo, quais são os principais mitos associados ao orgasmo feminino. Ora veja.

6 mitos sobre o orgasmo feminino

O orgasmo feminino é causado apenas por relações sexuais

A vagina quase não tem terminações nervosas, mas o clitóris tem 8500. Esta crença faz parte do pai da psicanálise, Freud, que dividiu as mulheres em duas. Por um lado, aquelas que foram capazes de ter um orgasmo vaginal e, portanto, apelidou de “maduras”.

Por outro, as que só tiveram um orgasmo através do clitóris a que chamou “mulheres imaturas”. Atualmente, e por continuarmos a viver num modelo de sexualidade pensada para o homem, mantém-se a ideia de que existem mulheres que só conseguem ter orgasmos vaginais e mulheres que só o conseguem com o clitóris.

Existem mulheres que podem ser multiorgásmicas e outras não

“Todas as mulheres podem ser multiorgásmicas desde que conheçam bem o seu corpo e se deixem levar pelo ato”, explica Valérie Tasso. Esta condição de multiorgasmia deve-se à resposta sexual da mulher, que a teorizaram muito bem os sexólogos Masters & Johnson, com o sistema DEPOR (Desejo, Excitação, Plateau, Orgasmo, Resolução).

Depois de um orgasmo, a mulher é capaz de voltar a excitar-se, chegar à fase do planalto e ter outro orgasmo. E assim, sucessivamente, quantas vezes quiser. O período de resolução (aquela fase de “repouso” após um orgasmo) não é tão marcado como nos homens que após a ejaculação precisam de um tempo de descanso para voltar e ter uma ereção.

 O orgasmo depende de um bom companheiro

Por vezes é difícil de entender, tendo em conta que é um dos mitos mais recorrentes. O orgasmo não é causado pela pessoa com quem se interage sexualmente, depende do momento e do facto de se permitir ou não a ter um orgasmo. Se tudo dependesse do companheiro, então não haveria mulheres que sofressem de anorgasmia.

“A interação sexual é uma ‘fraternidade de pessoas egoístas’. Só há uma voz para ouvir, a própria, e um elemento para olhar, para si mesmo”, refere a sexóloga.

Com a idade, é mais difícil para as mulheres sentirem um orgasmo

Uma “data de validade” sempre foi tentada na sexualidade de uma mulher, especialmente quando vive esta nova fase da sua vida marcada pela menopausa. No entanto, não há dados científicos que revelem a interrupção de orgasmos com a idade. Outra coisa são os prejuízos que a fase de mudança pode provocar no seu corpo, criando atrofia vaginal. Mas, o clitóris mantém-se com as mesmas terminações nervosas e não envelhece.

 Orgasmo por squirting (ou ejaculação feminina) é mais agradável

Não se trata de ser mais agradável ou não, mas sim mais espetacular, atraindo assim mais atenção. Não há registo de que o prazer por squirting multiplica o orgasmo na sua intensidade. “Mas numa sociedade hiper sexualizada, cujo lema é ‘o imperativo da alegria’ a todo o custo, o orgasmo por squirting e o mito de ser ‘o melhor’ é uma grande ferramenta para vender”, explica a embaixadora da LELO. As grandes consequências deste mito é que muitas mulheres ficam inúmeras vezes frustradas se não têm este tipo de orgasmo.

Quanto mais orgasmos tentarmos ter, menos desejo teremos de interagir sexualmente

Este é um dos mitos mais difundidos, especialmente entre a população masculina. Muitos homens vão ao sexólogo para tentar masturbar-se menos e não ter orgasmos por pensarem que isso os irá prejudicar. É o oposto. Quanto mais orgasmos temos, mais o desejo se intensifica. O desejo é como o estômago, precisa de ser alimentado para funcionar.

A anorgasmia feminina ocorre porque há algo fisiológico que não funciona

Segundo Valérie Tasso, na grande maioria dos casos é um problema psicológico. Um bloqueio que pode ser produzido por várias razões: medo de perder o controlo, falta de conhecimento da anatomia própria, educação repressiva, traumas vividos, sentimento de culpa, entre outros.

De acordo com o embaixador da LELO, todas as mulheres, salvo exceções extremas, como, por exemplo um acidente que pode prejudicar toda a plataforma orgásmica de uma mulher, a pélvis, etc., têm a capacidade de experimentar um orgasmo sem qualquer problema. Para isso, tem que se dar permissão para sentir.

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