Relações e família

Será que 'o tal' existe? 20 sinais que lhe dizem que (ainda) não é ele

Os especialistas concordam que a imagem do homem ideal é irrealista e que pode estar na origem de relações frustrantes e mal sucedidas.

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Será que 'o tal' existe? 20 sinais que lhe dizem que (ainda) não é ele Será que 'o tal' existe? 20 sinais que lhe dizem que (ainda) não é ele
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Escrito por
Dez. 11, 2018

É inevitável, à medida que amadurecemos, vamos aperfeiçoando a imagem do ‘homem ideal’… Aquele que é realmente capaz de corresponder às nossas expectativas e necessidades. Mas até que ponto essa imagem é real? E será que devemos persegui-la?

De acordo com os especialistas, o mais provável é que esta imagem idealizada não passe disso mesmo, de uma representação criada com base nas nossas fantasias e que não corresponde à realidade que nos rodeia.

O maior problema é que este ideal pode ser a causa escondida de relacionamentos mal sucedidos e de sentimentos de desilusão, frustração e infelicidade.

20 sinais que lhe dizem não é ele

1. Falta de respeito pela sua opinião;
2. Crítica, inferiorização/desvalorização e culpabilização;
3. Desrespeito pela sua vontade;
4. Inconsistência no discurso e instabilidade emocional;
5. Pressão para pensar ou fazer como ele;
6. Assédio sexual e pressão para ter sexo;
7. ‘Mil promessas’ de vida cor-de-rosa;
8. Indícios de ter outros relacionamentos;
9. Estar ao telemóvel permanentemente;
10. Aparecer e desaparecer;
11. Competição e manipulação;
12. Parecer ‘bom demais’;
13. Dizer-lhe que você pode decidir tudo;
14. Dizer-lhe que a ama e sempre a amou, logo nas primeiras semanas;
15. Dizer-lhe que ama pelos dois;
16. Estar sempre demasiado preocupado consigo;
17. Vitimizar-se;
18. Dizer-lhe que precisa de espaço e não assumir a responsabilidade dos seus atos;
19. Dizer-lhe que vai resolver todos os seus problemas;
20. Dizer-lhe que nunca vai encontrar ninguém que a ame mais;

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Os perigos do ‘homem perfeito’

“A ideia de que existe um ‘homem perfeito’ pode ser perigosa para o sucesso de qualquer relação”, começa por alertar Margarida Vieitez, terapeuta de casal, mediadora familiar e autora de vários livros sobre relações amorosas.

“Quando as mulheres alimentam este pensamento há o risco de acabarem por ter várias relações amorosas e muito frustrantes, atribuindo a culpa aos outros e sem perceberem que elas é que estão erradas”, refere a especialista.

Os sentimentos de desilusão e frustração são os mais comuns, a par da descrença de que é possível ter uma relação saudável e satisfatória. Nas relações, o impacto pode causar vários comportamentos e atitudes que acabam por resultar em conflitos, instabilidade emocional e, em alguns casos, podem mesmo provocar a rutura definitiva do relacionamento. “Atitudes como pressão, exigências, cobranças e as constantes tentativas de mudar o outro, de acordo com a ‘fantasia’ criada, são as consequências mais frequentes”, aponta a terapeuta.

 

Homem ideal versus ‘o tal’

“Enquanto o homem ideal reúne o conjunto de requisitos que as mulheres definem como os mais importantes ou aqueles que o seu companheiro deveria ter, ‘o ideal’ de homem ou ‘o tal’ consiste na fantasia de que existem homens realmente diferentes de todos os outros porque têm as características que todas as mulheres apreciam e querem”, distingue Margarida Vieitez. Na sua prática clínica, a terapeuta constata que “muitas mulheres procuram não o companheiro ideal, mas sim o ideal de companheiro que os filmes, as músicas, as telenovelas e os livros veiculam”.

Acreditar na existência deste ideal é um dos maiores erros e pode ser o motivo pelo qual muitas mulheres não encontram o companheiro ideal. “Quando o homem que fantasiam é comparado com o companheiro ideal, este último ‘cai ribanceira abaixo’ e muitas mulheres correm atrás daquilo que não existe”, alerta a terapeuta de casal e mediadora familiar.

Os principais mitos sobre  ‘o outro’

A crença de que existe ‘o tal’ ou o príncipe encantado tem na sua origem “as histórias que se contam há milhares de anos e que passaram para o cinema. Muitas pessoas esquecem-se é que, ao longo dos tempos, também os príncipes e as princesas tiveram e têm relações amorosas conturbadas, quando não muito conflituosas”, lembra a terapeuta. De acordo com a especialista, são vários os mitos que as mulheres tendem a desenvolver sobre ‘o outro’, muitas vezes fomentadas pelo sentimento da paixão, mas também por esta ideia que é transmitida na literatura e no cinema.

Os pensamentos que, normalmente, correspondem a ideias fantasiadas poderiam determinar uma lista infindável de características mas, segundo a psicoterapeuta, é possível definir os mais comuns: “É frequente acreditarem que o companheiro pensa, decide e faz tudo de forma semelhante, que estará sempre disponível e bem-disposto, e que nunca nos vai magoar, que nos vai surpreender e ser romântico e que terá sempre a empatia necessária para perceber as nossas emoções e sentimentos”. Outros mitos comuns “são a ideia de que o nosso companheiro vai amar-nos incondicionalmente, que vamos ser sempre a sua prioridade, que ele vai querer estar sempre connosco e que não irá conseguir viver sem a nossa presença”.

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Ingredientes para uma relação feliz

Embora não exista o homem perfeito, existem características muito importantes que devem ser consideradas na hora de escolher um companheiro. “A empatia, o respeito e a confiança são indicadores muito importantes para o sucesso de uma relação”, indica Margarida Vieitez. No dia a dia, “a comunicação, a aceitação das diferenças, a empatia para com as necessidades emocionais do outro, o investimento e o cuidado de priorizar a relação” são outros fatores determinantes.

Segundo a especialista, “é possível encontrar alguém que tenha a empatia suficiente para compreender as nossas necessidades, mas também é preciso assumir o compromisso de ter essa mesma empatia para com as da outra pessoa, o que poderá envolver respeito, aceitação de diferenças e cedências”. Outros sinais importantes que demonstram que estamos perante ‘um bom companheiro’ passam por atitudes específicas que este deve revelar naturalmente:

“Aceitar quem é, interessar-se pelo que acontece na sua vida, estimulá-la a ser uma pessoa melhor, não criticar, culpar, apontar as suas imperfeições ou estar em conflito e demonstrar por palavras e, especialmente, por atitudes o quanto lhe quer bem”. Igualmente importante para o sucesso de uma relação, segundo a terapeuta, é “acreditar que é possível ter uma relação saudável, escolher uma pessoa mentalmente saudável e ‘trabalhar’ muito nesse amor, que se constrói todos os dias”.


Já encontrou ‘o tal’? Saiba ainda as perguntas que tem de fazer antes de se casar.

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