Saúde

Estes são principais cuidados a ter na próxima ida à praia

Será que conhece os principais cuidados a ter na praia? Saiba o que fazer em caso de escaldões, contacto com alforrecas, picadas de peixe-aranha, digestão e desidratação – para que os imprevistos não lhe estraguem as férias.

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Rita Caetano
Escrito por
Ago. 13, 2019

O verão é por tradição a época de rumar à praia, de dias infindáveis com os pés na areia e de muitos mergulhos no mar.

No entanto, a praia esconde alguns perigos, alguns dos quais evitáveis, como os escaldões, a desidratação, os choques térmicos e outros menos visíveis, como as alforrecas ou os peixes-aranha.

Saiba como reagir em cada um desses casos com a ajuda dos conselhos de Margarida Dias, coordenadora de Medicina Geral e Familiar no Hospital CUF Descobertas.

Cuidados a ter na praia

Escaldão

Vermelhidão cutânea, inchaço, dor e, às vezes, aparecimento de bolhas são os sintomas mais frequentes dos escaldões ou eritemas solares.

Tal como explica Margarida Dias, os escaldões “são uma resposta do organismo a uma exposição desadequada ao sol – porque faltou proteção, porque a pele tem uma maior suscetibilidade ou porque o tempo de exposição foi além do recomendável”.

O que fazer: “Além da evicção de ambientes quentes e de exposição solar, há cuidados específicos para a área envolvida, que normalmente beneficia da aplicação de frio sob a forma de compressas de água”, ensina a médica.

Há ainda que “hidratar a pele com um creme ou loção que tenha essa finalidade, mas, dependendo do grau da queimadura, pode ser necessário considerar a atenção médica”, acrescenta.

“Quando se retomar a exposição ao sol, não esquecer de gerir o tempo daquela e usar um índice de proteção elevado. À mínima sensação de sensibilidade, deve privar-se da exposição solar direta”, diz a médica.

Desidratação

Beber água é fundamental e, em ambientes quentes, como a praia ainda mais.

A explicação é simples: “A exposição ao calor, aliada a condições do próprio indivíduo, momentos da vida e a toma de alguns medicamentos, nomeadamente anti-hipertensivos – que podem facilitar um estado de desidratação – aumenta a nossa produção de suor e expelição de líquidos, sendo necessário o consumo mais regular de água ou outros líquidos que favoreçam o estado de hidratação”, diz a médica de Medicina Geral e Familiar.

O que fazer: Beber água.

Este “é o líquido de hidratação preferível. Os chás e tisanas que não contenham propriedades diuréticas ou que influenciem o sistema circulatório podem ser alternativas, com a vantagem de o sabor poder ser mais ajustado ao palato de cada um, sobretudo daqueles que não gostam de água; o mesmo acontece com as águas com sabores“, refere Margarida Dias.

Digestão

Faz ou não mal tomar banho durante a digestão? “O processo digestivo acontece sempre que fazemos uma ingestão alimentar e, independentemente da quantidade e da densidade da refeição, o habitual é esperar-se três horas após a ingestão“, aconselha a médica.

No entanto, “o problema teórico que se coloca em relação à incompatibilidade do banho com o processo da digestão tem a ver com motivos circulatórios, ou seja, que envolvem a manutenção da pressão circulatória sistémica. Durante o processo digestivo, a sujeição do indivíduo a uma temperatura atmosférica ou da água demasiado baixas faz com que a circulação, que está sobretudo focalizada na digestão e na área abdominal, não chegue para as outras funções, nomeadamente para a circulação cerebral, o que nos coloca em risco”, explica Margarida Dias.

O que fazer: “Quando as pessoas fazem refeições ligeiras e se submetem ao estímulo térmico logo no início da digestão, obviamente que o risco de choque térmico pela indução na água não é idêntico. Portanto, se a refeição não for pesada, o melhor é mergulhar logo após a ingestão dos alimentos. Se fez uma refeição mais pesada ou se tem a pressão arterial baixa, o mais prudente é esperar as três horas”, aconselha a médica.

Alforrecas

Há algumas alforrecas na nossa costa, sendo que os maiores perigos advêm da espécie conhecida como caravela-portuguesa.

“Estas espécies produzem toxinas habitualmente irritantes em contacto com a pele, produzindo sintomas de urticária e lesões cutâneas“, diz Margarida Dias.

O que fazer: “Dependendo da quantidade de toxina e da suscetibilidade de cada pessoa, pode haver manifestações mais ou menos sistémicas. O tratamento pode ir desde cuidados locais, como a hidratação e a toma de um anti-histamínico, até à avaliação clínica médica quando houver sinais graves de alteração da pele”, realça a médica.

Peixe-aranha

É mais frequente na nossa costa do que as alforrecas e, tal como estas, produz uma toxina irritante.

“Resulta na dor local e num conjunto de sinais inflamatórios, mas a resposta à toxina, mais uma vez, depende da suscetibilidade de cada um e da quantidade libertada, mas na generalidade dos casos não assume gravidade“, afirma a especialista em Medicina Geral e Familiar.

O que fazer: De acordo com Margarida Dias, “os primeiros cuidados devem ser a delimitação da circulação da toxina, tentando drenar a zona que foi picada para impedir que a toxina entre na circulação, espremendo até ao aparecimento de sangue, ou imergindo a zona acidentada em água quente ou ainda aproximando-a de uma fonte de calor, que também pode limitar a absorção da toxina. Pode ainda tomar-se um analgésico para a dor”.

E os golpes de calor?

São mais comuns quando há ondas de calor e “são situações muito mais específicas e com uma gravidade superior, apesar de serem menos frequentes do que os escaldões”.

“Os golpes de calor não estão associados à exposição solar direta e podem surgir noutras condições como a permanência demorada num ambiente fechado e demasiado quente”, alerta Margarida Dias, coordenadora de Medina Geral e Familiar no Hospital CUF Descobertas.

Ocorrem quando há “uma falha do sistema fisiológico do controlo da temperatura do corpo, que deixa de conseguir acionar os mecanismos que ajudariam a repor o ambiente de normalidade do organismo com o consequente arrefecimento da temperatura. É uma situação que pode comprometer a vida, por isso, têm de se ter cuidados médicos imediatos”, explica a médica.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, os sintomas incluem febre alta, pele vermelha, quente, seca e sem produção de suor, pulso rápido e forte, dor de cabeça, náuseas, tonturas, confusão e perda parcial ou total de consciência.


E por falar em praia, não se esqueça de levar uma toalha (escolha uma destas 24) dentro de um destes sacos de praia.

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