Cultura

Como incentivar as crianças a ler em 4 passos

A leitura tem inúmeros benefícios em todas as idades e, quanto mais cedo se começar, melhor, já que contribui, e muito, para o desenvolvimento das crianças.

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Como incentivar as crianças a ler em 4 passos Como incentivar as crianças a ler em 4 passos
© Pexels
Rita Caetano
Escrito por
Ago. 10, 2022

Os hábitos de leitura em Portugal são diminutos, mas ler traz muitos benefícios para o desenvolvimento das competências cognitivas e linguísticas dos mais pequenos.

“Vários estudos comprovam que as crianças e jovens que leem mais livros de ficção têm um melhor desempenho a nível escolar. A investigação científica tem permitido concluir que nem todos os tipos de leitura proporcionam os mesmos benefícios, devido a uma série de variáveis, desde o suporte em que o texto é lido (em papel é melhor do que no ecrã) até ao tipo de texto, passando, naturalmente, pela qualidade da própria escrita”, explica Sara Leite, professora universitária.

Veja os conselhos da professora para que as crianças gostem de ler e, posto isto, ofereça um livro aos seus filhos. Aproveite pois a Feira do Livro está prestes a começar.

Conselhos para incentivar as crianças a ler

1. Quando começar

“O mais cedo possível. Há livros apropriados para bebés, precisamente porque é vantajoso que eles os folheiem e explorem desde tenra idade. E mesmo antes de serem capazes de segurar livros, os bebés já podem beneficiar da literatura. Ler para bebés é uma prática que está a ganhar cada vez mais popularidade porque se tem chegado à conclusão de que beneficiam do contacto com os livros.”

Se os pais não lerem, dificilmente conseguirão convencer os filhos a fazerem algo que eles próprios não valorizam – Sara Leite, professora universitária

2. Ora conto eu, ora contas tu

“As crianças devem ser estimuladas a conversar sobre os livros, a recontar os acontecimentos, a responder a perguntas sobre as histórias, a descrever o que veem nas imagens e mesmo a inventar enredos a partir das ilustrações”, explica.

“Todas essas atividades são benéficas porque estimulam o desenvolvimento da linguagem (ao exigirem capacidade de expressão, que envolve o uso do vocabulário, a estruturação de frases, a conjugação dos verbos em diversos tempos, etc.), além de convocarem a capacidade interpretativa e inferencial, o raciocínio e a memória, entre outras competências cognitivas, que assim se vão treinando e aperfeiçoando.”

3. Aproximação à leitura

É essencial “dar oportunidade de ver e manusear livros de diferentes formatos e géneros, deixando-os escolher os de que mais gostam, contando histórias aos mais novos e não apenas à hora de dormir. É importante ter em conta que o exemplo é fundamental. Se os pais não lerem, dificilmente conseguirão convencer os filhos a fazerem algo que eles próprios não valorizam. A escola tem também um papel importante devendo proporcionar momentos divertidos relacionados com a leitura”.

4. Competição com a tecnologia

Os livros oferecem uma diversão muito diferente dos jogos e vídeos e, quando se começa a perceber e a desfrutar do prazer de ler, as outras formas de entretenimento deixam de ser ‘concorrência’ e passam a ser uma mera alternativa. É verdade que ler dá mais trabalho do que ver filmes e séries e que os livros serão menos estimulantes do que videojogos, mas o trabalho que a leitura dá vai-se tornando mais ligeiro à medida que começamos a gostar mais e mais de ler.”

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 264, junho de 2022.

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