Saúde

Obesidade: compreenda esta doença e aposte na prevenção

A obesidade surge devido à falta de rotina diárias saudáveis. A nutricionista Lilian Barros explicou-nos os maiores riscos para quem enfrenta esta doença, bem como reforçou a ideia de que a prevenção é a chave para a combater. Descubra tudo.

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Obesidade: compreenda esta doença e aposte na prevenção Obesidade: compreenda esta doença e aposte na prevenção
© Unsplash
Mafalda Barbosa
Escrito por
Jul. 01, 2022

A implementação de bons hábitos alimentares e rotinas desportivas são práticas essenciais na vida de cada um de nós. Contudo, a sua importância aumenta quando se trata de prevenir a obesidade.

Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Estatística, no ano de 2019, a obesidade afetava cerca 1,5 milhões de pessoas adultas em Portugal. É, no entanto, uma doença que não escolhe idades e tem efeitos muito graves quer a nível de saúde, quer a nível psicológico.

É importante perceber quais são os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, além dos sinais de alerta aos quais devemos prestar atenção.

Por isso, falámos com a nutricionista Lilian Barros, que explicou não só como identificar e prevenir a obesidade, mas também como perceber os maiores riscos e os possíveis tratamentos para quem sofre com esta doença.

Obesidade: o que é e como combater

O que é a obesidade?

A obesidade é definida como uma patologia crónica em que o excesso de gordura corporal acumulada pode afetar a saúde. Tem origem em diversos fatores e requer esforços contínuos para ser controlada.

Quais os sinais de alerta desta doença?

Para além da visível acumulação de gordura, o organismo pode dar sinais como dores corporais e dificuldade em fazer atividade física, mesmo de baixa intensidade.

As análises bioquímicas alteradas também podem indicar uma inadequação do peso. Para além disso, alterações no padrão do sono, e até mesmo ansiedade e depressão, podem ser sinais a considerar.

A aposta deveria ser precisamente a prevenção e não o tratamento – Lilian Barros, nutricionista 

Como é feito o diagnóstico e a partir de que momento é que uma pessoa é considerada obesa?

A obesidade pode ser avaliada com recurso ao valor do Índice de Massa Corporal (IMC), que permite obter a razão entre o peso e o quadrado da estatura, ou seja, permite saber se o peso de adequa à altura:

  • Baixo peso = ≤18,5
  • Peso normal = 18,5 – 24,9
  • Excesso de peso = 25
  • Pré-obesidade = 25 – 29,9
  • Obesidade = 30

Escala de obesidade

Classe 1 = 30 – 34,9
Classe 2 = 35 – 39,9
Classe 3 = 40

No entanto, este valor é um tanto ou quanto redutor, uma vez que, por exemplo, atletas de alta competição podem ter uma elevada massa muscular e serem considerados obesos de acordo com este índice. Por isso, recomenda-se a medição de perímetros, especialmente o da cintura e, se possível, medição da massa gorda com recurso a uma balança de bioimpedância.

Quais os principais riscos da obesidade?

Em qualquer idade, a obesidade constitui uma ameaça grave para a saúde e um importante fator de risco para o desenvolvimento e agravamento de outras doenças. Todavia, uma criança com excesso de peso tem maior probabilidade de se tornar/permanecer obesa na idade adulta.

Este desajuste do peso desde a infância traz consequências muito graves, já que o corpo ainda está em desenvolvimento e necessita do aporte correto de nutrientes. Para além disso, pode provocar problemas osteoarticulares e pode ter um impacto mais elevado a nível psicológico, especialmente devido à estigmatização e baixa autoestima que muitas vezes está associada.

Como e quando se deve procurar ajuda?

Todas as pessoas deveriam ser avaliadas por um nutricionista pelo menos uma vez na vida, quer tenham excesso de peso quer não, uma vez que os maus hábitos alimentares não se refletem apenas no peso.

Claro está que se a balança marca um número acima do desejado, a pessoa não gosta do que vê no espelho ou sente que não faz uma alimentação correta, mais motivos tem para consultar um nutricionista. Quanto mais rápido o fizer mais rápido conseguirá alterar os hábitos e ter resultados.

É essencial haver um acompanhamento contínuo para que as boas práticas alimentares se tornem verdadeiros hábitos e rotinas – Lilian Barros, nutricionista

Podemos prevenir obesidade?

Felizmente sim e a aposta deveria ser precisamente a prevenção e não o tratamento. Através da adoção de um estilo de vida saudável, onde se inclua uma alimentação adequada e atividade física, conseguimos evitar este desfecho.

Existe tratamento?

Com resultados significativos, existe a opção de cirurgia bariátrica. Consiste no procedimento mais eficaz para o tratamento da obesidade mórbida e doenças associadas.

Existem diferentes tipos de procedimentos e estes devem ser escolhidos caso a caso, sendo que nem todas as pessoas são elegíveis para os fazer.

Importante relembrar que se não existir concomitantemente uma reeducação alimentar, os maus hábitos alimentares permanecerão e o peso regressará. Por este motivo, é essencial haver um acompanhamento contínuo para que as boas práticas alimentares se tornem verdadeiros hábitos e rotinas.

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