Horóscopo

Lua nova em Leão. O limite da frustração

A lua nova acontece todos os meses quando a Lua se encontra com o Sol num determinado signo. Este começo de ciclo é o momento de semear o que queremos ver crescer nas próximas semanas.

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Lua nova em Leão. O limite da frustração Lua nova em Leão. O limite da frustração
© Grafismo: Carolina Carvalhal
Bárbara Bonvalot, astróloga
Escrito por
Ago. 19, 2020

O novo mês lunar traz uma energia de entusiasmo e um forte impulso para seguirmos a nossa própria vontade, mas isto vem acompanhado de uma grande tensão. Entre aquilo que queremos e que nos apaixona e aquilo que podemos ou que é seguro vai uma grande diferença e estes dois lados vão entrar em choque, criando um impasse que pode ser difícil de resolver.

A próxima lua nova tem lugar na madrugada do dia 19 no signo exuberante signo de Leão. Este é um signo de fogo fixo, extrovertido e espontâneo. O Sol, a nossa estrela, tem aqui a sua morada e por há um foco maior em nós mesmos, na nossa luz, e uma maior facilidade na manifestação da nossa criatividade.

Ainda muito próximo dos luminares está Mercúrio, o planeta das ideias e das pequenas tarefas. Encontros, contactos e conversas, mais ou menos inesperados, lembram-nos de que somos importantes, se não para toda a gente, pelo menos para alguém que também é importante para nós.

Mas estamos com o coração ao pé da boca. A espontaneidade pode mostrar generosidade, pode ser uma prova da nossa confiança em alguém e estreitar laços. Mas cuidado! Uma verdade não solicitada pode tornar-se apenas um gesto egocêntrico.

A dar ainda mais gás a este fogo todo, está Marte que, desde Carneiro, potencia e acelera todos os impulsos de expressão da nossa individualidade.

O ímpeto de fazer — e dizer! — o que nos apetece e de seguir os nossos desejos é grande. Sentimo-nos arrojados, confiantes e prontos a enfrentar qualquer risco para mostrar quem somos. Pode parecer uma boa altura para iniciar algo que exponha a nossa essência e a nossa autenticidade.

Apesar da nossa vontade e da nossa audácia, existem constrangimentos maiores do que nós próprias que nos impedem de levar os nossos objectivos avante
Bárbara Bonvalot Bárbara Bonvalot

Mas estes não são tempos fáceis e já sabemos que durante este ano atravessamos águas agitadas e imprevisíveis.

Marte, o planeta da iniciativa e da coragem, está prestes a ser travado. Não só ele está a preparar-se para estacionar e ficar retrógrado daqui a cerca de três semanas, como também já está em tensão com o austero Saturno em Capricórnio.

Ambos os planetas estão confortáveis no seu próprio signo, com todos os recursos que precisam à sua disposição, mas Saturno tem alguma vantagem sobre o seu adversário.

Se imaginarmos os dois planetas sentados a fazer um braço de ferro, podemos dizer que Saturno está na cadeira mais alta.

Marte quer avançar e ajudar os luminares a cumprirem os desígnios de Leão, que incluem seguir a sua paixão e mostrar a sua juba. Marte quer avançar, mas é bloqueado pela rigidez e intransigência de Saturno, que se agarra com unhas e dentes ao status quo, sem vontade de ceder o lugar seja a quem for.

Apesar da nossa vontade e da nossa audácia, existem constrangimentos maiores do que nós próprias que nos impedem de levar os nossos objectivos avante. O mais provável é que aquilo que nos limita sejam circunstâncias colectivas e sociais que são transversais a todos, mas que afectam algumas pessoas de forma mais particular.

Podemos sentir que o constrangimento vem de fora, de algum tipo de autoridade ou podemos ser até nós mesmas, por alguma razão, a personificar essa resistência. De qualquer das formas, a insatisfação cresce e, quanto mais achamos que aguentamos, mais alimentamos a frustração e a vontade de virar a mesa.

Às vezes, é mesmo necessário confrontar a ordem estabelecida para que uma energia nova e fresca, mais verdadeira e mais próxima da nossa essência se possa revelar, outras vezes, ao fazê-lo estamos apenas a lutar contra moinhos de vento.

Esse vai ser o trabalho mais difícil das próximas semanas, distinguir quais são as lutas que valem a pena e quais são as batalhas inglórias.

Este não é o momento para grandes saltos, mesmo que seja aquilo que temos vontade de fazer e que parece o mais fácil
Bárbara Bonvalot Bárbara Bonvalot

Marte vai retrogradar durante esta lunação. Os planetas sociais e os geracionais estão retrógrados também.

Parece que as mudanças pararam, que está tudo a voltar ao que era, mas na verdade estamos apenas suspensas no ar. Este é um tempo de latência, o intervalo para puxar a fisga atrás e ganhar tensão para o próximo impacto.

A inquietação crescente vai trazer à superfície situações que precisam de ser revistas e resolvidas. Vamos perceber que o limbo do “eu ainda aguento” não é sustentável e temos que tomar decisões difíceis.

Que estruturas construiu que agora a impedem de seguir a sua autenticidade? A zanga que sente em relação ao que a limita e a trava está a ser produtiva ou está a esgotar as suas energias? O que é que anda a suportar há tempo demais?

Este não é o momento para grandes saltos, mesmo que seja aquilo que temos vontade de fazer e que parece o mais fácil. Agora precisamos parar, sentir a pressão e olhar com lucidez para aquilo que nos frustra, que nos bloqueia e que nos diminui.

A força desta lua nova em Leão ajuda-nos com a lucidez e a coragem necessárias para tornar um momento de desconforto ou até de crise numa aprendizagem duradoura.

Bárbara Bonvalot começou a estudar Astrologia em 2005 e inicia o seu percurso como astróloga profissional em 2009. Actualmente é consultora e formadora de Astrologia, membro da AFAN (Association for Astrological Networking) e da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia). Entende a Astrologia como uma linguagem que nos leva a um conhecimento profundo de nós mesmos, dos outros e da própria vida.

*artigo escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico.

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