São vários os estudos que mostram que o exercício faz tão bem ao corpo como ao cérebro. Uma meta-análise de 29 pesquisas que abordam esta temática, publicada no The National Center for Biotechnology Information realça a importância do exercício para manter níveis elevados de BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor – fator neurotrófico derivado do cérebro, em português), uma proteína fundamental para a plasticidade cerebral e que está associada a um melhor funcionamento cognitivo, maior resiliência mental, aprendizagem, memória e adaptação do sistema nervoso a nova experiências.
Portanto se quer ter um cérebro saudável, terá necessariamente de mexer o corpo, até porque, pelo contrário, níveis baixos dessa mesma proteína aumentam o risco de depressão, ansiedade, declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
Efeito cumulativo
As investigações demonstram que uma sessão isolada de exercício tem um efeito moderado mas significativo, e os estudos mostram que pode aumentar de imediato os níveis de BDNF. Já quem treina regularmente tem uma resposta mais elevada mesmo depois de um treino isolado. O corpo de quem treina responde melhor ao estímulo do que o de um sedentário. Após o treino, quando se faz exercício regularmente, os níveis de BDNF mantêm-se mais altos mesmo em repouso.
O efeito é menor nas mulheres do que nos homens e isto fica a dever-se provavelmente às diferenças hormonais, genéticas e metabólicas. Visto que o sexo feminino tem níveis hormonais diferentes ao longo da vida e também em cada mês, isso pode significar que a produção de BDNF não será uniforme. Mas a mensagem importante é que o movimento é uma espécie de comprimido para a mente e com efeito acumulativo – quanto mais se treina, maiores são os benefícios a longo prazo.
O bem que faz um agachamento
Sabia que os agachamentos são um exemplo de exercício muito útil para o cérebro? Quem o diz são os investigadores do Instituto de Pesquisa em Saúde e Bem-Estar da Universidade do Sul de Gales, no Reino Unido.
Agachar-se e levantar-se repetidamente desafia o cérebro, isto porque o fluxo sanguíneo para este órgão sobe e desce repetidamente conforme se faz o movimento e é essa alteração no fluxo que pode estimular o endotélio vascular, o revestimento interno dos vasos sanguíneos, a fornecer mais sangue ao cérebro. Recomenda-se fazer agachamentos por três minutos, três vezes por semana.