Em tempo de festa, materiais nobres como o veludo, a seda, o marrocain e muitas lantejoulas elevam-nos a outro patamar, de grande requinte com um mote único – a celebração da vida. Já as joias, além de serem um objeto de beleza, elegância e sofisticação, são também um símbolo de amor.
Conversámos com Bárbara Corby, Liliana Filipa e Soraia Tavares sobre o seu papel dentro e fora do universo digital e enquanto criadoras de conteúdo, sobre a sua paixão pela moda e sobre as mulheres que as inspiram, entre outros temas.
Não perca o vídeo do making of desta produção e entrevista completa, abaixo.
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Entrevista: Mulheres que brilham!
Liliana Filipa
Além de criadora de conteúdos digitais, Liliana Filipa é também uma empresária que tem vingado a cada projeto ou lançamento que faz. Ser empresária é algo que sente como inato, mas isso não a deixa abrandar, nem parar de surpreender com a sua marca La Femme. Assume que o alcance que tem nas redes sociais lhe dá a oportunidade de defender causas em que acredita. É por aí que começamos…
Num mundo em que a desigualdade de género é gritante, desenvolver uma marca própria é um ato de coragem?
Sim, exige coragem, visão e determinação. O maior desafio é garantir credibilidade na área dos negócios, sendo jovem, mulher e ter uma apresentação cuidada, algo que ainda parece ser um fator discriminatório.
A resposta é o sucesso da sua marca, a La Femme?
Completamente! A La Femme reflete o meu crescimento pessoal e profissional. Nasceu da minha paixão pelo universo feminino, especialmente nas áreas de moda e beleza, onde sempre quis inspirar e enaltecer o potencial de cada mulher. A evolução da marca abraça a feminilidade de modo inclusivo e empoderador.
Neste percurso, qual foi o melhor conselho que lhe deram?
“Confia no processo, tudo a seu tempo…” Foi um conselho que sempre ouvi da minha família e que me ajudou a enfrentar os momentos de incerteza com confiança.
As redes sociais também são um espaço de crítica. Sente essa pressão?
Claro, é inevitável. Mas vejo isso como uma oportunidade para crescer e mostrar que, mesmo perante críticas, podemos manter a autenticidade e o foco nos objetivos. As redes sociais têm muito mais coisas boas do que más, e eu sinto-me privilegiada em poder dar voz a causas e temas e contribuir para um mundo justo.
As influenciadoras conquistaram espaço numa indústria, a da moda e da beleza, que já estava bem definida. Que valor acrescentado/contributo acha que trouxeram?
Conseguem humanizar marcas e aproximá-las do público, trazendo autenticidade e experiências reais. Esse toque pessoal é o que torna a indústria mais conectada.
É uma das embaixadoras da marca de joias Pandora. Que significado tem isso para si?
É um enorme orgulho trabalhar com uma marca que uso desde a minha adolescência, que valoriza as histórias por detrás de cada personalidade e associa as peças a diferentes momentos e fases de vida. Sinto- me verdadeiramente conectada com a mensagem e os valores da Pandora.
Sabemos que não dispensa acessórios. Qual é a importância das joias num look?
Os acessórios são a alma de qualquer look. As joias certas transformam completamente o visual, dando personalidade e sofisticação. Para mim, são indispensáveis.
É mais minimalista ou gosta de combinar diferentes joias?
Gosto de adaptar as peças ao meu estilo consoante os momentos. Adoro a mistura dos dourados com prateados em pulseiras, colares e anéis.
O que é para si saber viver?
É encontrar equilíbrio entre os diferentes papéis que desempenhamos e aprender a apreciar os pequenos momentos que nos fazem felizes. É ser grata e continuar a crescer, pessoal e profissionalmente.
Bárbara Corby
É uma das criadoras de conteúdos digitais que mais se destaca em Portugal, mas foi uma profissão que descobriu por acaso, enquanto estudava jornalismo. É apaixonada por moda e estudou na Fashion Business, em Paris, uma experiência que lhe aportou valor do ponto de vista profissional e pessoal e, claro, deu-lhe ferramentas para inovar no negócio da sua própria marca.
Ser empresária é a sua vocação?
Definitivamente, não! Acho que empreender é a minha verdadeira vocação. Sou apaixonada por criar, arriscar, explorar novas oportunidades e encontrar soluções criativas. Mas sinto que me falta um conhecimento mais profundo sobre gestão e sustentabilidade dos negócios.
Quais foram os maiores desafios que experienciou até agora?
Gerir pessoas e as suas expectativas é uma das partes mais desafiantes. Por outro lado, um empreendedor também tem de aprender a gerir a frustração, porque nada acontece tão rápido quanto gostaríamos e é necessário ser resiliente para não desistir. Enquanto mulher, pensei que teria mais dificuldades em impor-me num mundo ainda predominantemente masculino, mas até hoje nunca me senti desrespeitada ou descredibilizada.
O que é que uma influencer precisa de ter para ser intemporal e nunca ‘sair de moda’?
Autenticidade e capacidade de adaptação. Acredito que as personagens não duram muito tempo e que quem não souber reinventar-se e adaptar-se às novas plataformas acaba por ficar para trás.
A sustentabilidade é um dos grandes pilares da sua marca. Numa sociedade orientada para o consumo, como vê o papel de cada pessoa na construção de um futuro mais amigo do ambiente?
Acredito que ninguém consegue ser 100% sustentável, mas o mais importante é fazermos algo nesse sentido todos os dias. Não defendo a compra compulsiva de roupa, mas sim em comprar mais qualidade do que quantidade e tento inspirar os meus seguidores a fazerem o mesmo, a usarem o que já têm no armário de formas diferentes. Acho que a palavra sustentabilidade hoje em dia está muito banalizada e usada essencialmente para fins comerciais.
Que ícones de estilo a inspiram?
A princesa Diana, por ser um ícone atemporal, que se destacou por usar looks sofisticados e elegantes, sem nunca perder a simplicidade e o conforto. Hoje em dia, gosto muito do estilo da Hailey Bieber.
Se pudesse ativar uma cápsula do tempo, que tendência dos anos 80-90 traria para os nossos dias?
Os ombros à mostra dos anos 80. Peças com decote em barco são sexy e elegantes.
E as joias são um acessório obrigatório?
São sim, especialmente brincos. Se não os tiver, sinto-me nua.
Por falar em joias, faz parte da Crew Pandora, reconhecida pelas joias que simbolizam autoexpressão e celebram a diversidade e essência feminina. Que importância tem para si associar-se a marcas com este tipo de mensagem?
Cada vez mais, procuro associar-me a marcas nas quais acredito, quer pelo produto, quer pela mensagem. A Pandora é uma marca incrível, com uma comunicação clara e alinhada com os meus valores.
Onde quer estar daqui a uns anos?
Espero continuar a ser feliz a fazer o meu trabalho, a trabalhar com marcas que adoro e admiro, e que a Almande voe cada vez mais.
Soraia Tavares
Soraia Tavares é uma espécie de one- woman show. Trabalha em música, cinema, televisão, mas é o teatro que mais a realiza. Também surpreende nas redes sociais e é uma das embaixadoras Pandora Portugal, uma marca que se associa a diferentes causas sociais, algo preponderante para a atriz.
Lançou um álbum em 2023, está em gravações para uma novela e participa no musical Aladino no gelo. Está num bom momento da sua vida?
Tem sido uma fase de muita realização profissional e de grandes desafios. Conciliar todos estes projetos tem sido o maior dos desafios.
A beleza vai mudar o mundo é o título de uma das suas canções. O que quer transmitir com esta mensagem?
Belo é o que há de verdadeiro dentro de nós e nesta canção reclamo pela igualdade e por sermos vistos como seres humanos. Que na balança sejam pesados os nossos valores e não as nossas características físicas.
Para uma artista, a relação que tem com a imagem é muito importante. A representação teve algum impacto na forma como olha para o seu corpo?
O corpo é material de trabalho para um ator. Mantê-lo disponível a ser moldado consoante o projeto é uma das coisas que mais gozo nos dá. Não vou mentir e dizer que não sinto nenhuma pressão estética e que não sigo nenhum padrão estético, mas é difícil não o fazer quando trabalhamos com a nossa imagem e estamos expostos a muitas opiniões nas redes sociais.
Tem a preocupação de criar conteúdos/música que inspirem outras mulheres a seguirem os seus sonhos?
Sim, em tudo o que faço. Quero inspirar outras mulheres a seguirem o que querem. Talvez porque de onde vim é ainda mais difícil sonhar.
Hoje, com 30 anos, com o seu percurso, o que diria à pequena Soraia da sua infância?
Diria para ser mais paciente e para não se comparar tanto com o percurso de outras pessoas. Todos os caminhos são distintos.
A Pandora é uma marca que sempre se associou a diferentes causas sociais, como a campanha We can do anything, para a UNICEF. É importante juntar-se a marcas com este tipo de responsabilidade social?
Como mulher negra, vi-me muitas vezes desvalorizada. A justiça, o empoderamento feminino, a igualdade, estão sempre no meu dia a dia. Quando ganhei alguma visibilidade, apercebi-me de que muitas pessoas se reviam nos passos que dava. Com isso veio a responsabilidade pública, que me permitiu expor os meus valores e vivências. Como tal, tento associar-me a marcas que transportam estes mesmos valores e se interessam pelas mesmas causas que eu.
Que mulheres a inspiram?
Mulheres trabalhadoras, insistentes, bondosas e talentosas. A minha mãe e a minha irmã mais velha. Uma vez perguntei à minha mãe sobre o que queria ser quando era pequena, e ela respondeu “boa mãe”. Ela sempre investiu em nós. A minha irmã emigrou, foi babysitter e hoje tem um ótimo cargo num banco. Também me inspiram artistas com estes mesmos valores: Viola Davis, Carla Galvão, Lúcia Moniz, Beyoncé, Sara Tavares, Gabriela Barros, etc.
O que é para si saber viver?
É ter equilíbrio entre trabalho, família, amigos e tempo para mim. Estar atenta a mim e aos outros. Abraçar os altos e baixos com confiança apelando à bondade e à “beleza” que pode mudar o mundo.
Créditos
Produção e styling: Margarida Figueiredo
Direção: Tânia Alexandre
Fotografia: Mário Príncipe
Assistente de fotografia: Halex Marinho
Vídeo: Diogo Azenha da Rocha
Maquilhagem: Alex Origuella
Cabelos: Edgar Venâncio
Agradecimentos ao Hotel The One Palácio da Anunciada e à Pandora