A viagem de uma vida teve o SAii Laguna Phuket como ponto de partida para este roteiro por Phuket, Khao Sok e Krabi. Em Bang Tao Beach, uma das mais longas praias de Phuket, encontra-se o SAii Laguna Phuket, um resort de cinco estrelas que se transforma na porta de entrada para uns dias de descontração.
Entre jardins verdejantes, lagos interiores e acesso direto ao areal dourado, este hotel foi o lugar ideal para nos rendermos ao dolce far niente, mas também para recarregar energias antes de explorarmos a ilha. Quartos espaçosos, gastronomia variada e a hospitalidade tailandesa garantiram-nos três dias perfeitos. Tecidos naturais, madeira clara, tons suaves e uma atenção especial à luz natural criam uma atmosfera que tranquiliza qualquer pessoa mais stressada.
Por falar em relaxar, fomos ao spa do SAii Laguna fazer uma massagem de 60 minutos e ficámos rendidas à qualidade e experiências das terapeutas. Estão a ver aquelas massagens em que andam praticamente de joelhos nas nossas costas e que aquilo até sabe bem? Foi mais ou menos assim. Inesquecível. Como se costuma dizer, saímos do spa rejuvenescidas!
Para quem gosta de ficar pelo hotel durante todas as férias, a experiência dentro deste resort cumpre todos os requisitos. O pequeno-almoço, servido com vista para a lagoa, é muito diversificado, os cocktails ao pôr do sol no bar da piscina Bean/Co tranquilizam, o jantar no restaurante Miss Olive Oyl, com os seus sabores mediterrânicos e tailandeses, merece destaque.
A praia é enorme e torna inevitável uma caminhada junto à água. O fim de tarde é sempre pintado por um incrível pôr do sol num dos vários bares que existem pela praia. O SAii Laguna Phuket não é apenas um excelente resort, a sua localização é perfeita para visitar os principais pontos turísticos de Phuket. Como tínhamos a agenda preparada, seguimos para Phuket Old Town para conhecer o centro histórico e também aprender a cozinhar.
Blue Elephant e Phuket Old Town
Nenhuma viagem a Phuket fica completa sem uma visita ao Blue Elephant, restaurante instalado num palacete colonial do século XIX, onde a alta-cozinha tailandesa ganha uma dimensão cultural. Mais do que uma refeição, trata-se de uma experiência sensorial, repleta de sabores autênticos apresentados de forma elegante. E eis que a nossa experiência por lá ainda foi mais além…
Fizemos uma masterclass na Blue Elephant Cooking School! Na prática, tivemos uma sala-cozinha e uma chef só para nós, a ensinar-nos alguns dos principais pratos e segredos da cozinha tailandesa. Salada, dois pratos principais e sobremesa. Fizemos o passo a passo e, no final, convidaram-nos a entrar no restaurante para saborearmos a comida que fizéramos durante toda a manhã. E o mais surpreendente é que estava tudo delicioso. Terá sido sorte de principiante?
A poucos passos está Phuket Old Town, com as suas ruas coloridas de influência sino-portuguesa, mercados noturnos animados e lojas de artesanato local. É o coração cultural da ilha, onde tradição e modernidade convivem de forma encantadora. Adorámos!
As ilhas Phi Phi e o sonho realizado
No dia seguinte, fomos até ao porto para conhecermos a afamadas ilhas Phi Phi – devo lembrar que esta foi a nossa primeira vez na Tailândia e as Phi Phi não podiam faltar. Entre falésias dramáticas, águas turquesa e enseadas secretas, foi impossível não nos rendermos a este cenário. Maya Bay, imortalizada no cinema com o filme The Beach, protagonizado por Leonardo DiCaprio, é apenas uma das joias do arquipélago. Mas vamos detalhar esta experiência que vale muito a pena…
Começámos por dar uns mergulhos na incrível Bamboo Island (opcional em tours premium), que é uma ilha pequena com areia branca e águas transparentes. Dali à Pileh Lagoon foram uns minutos: uma autêntica baía azul-turquesa rodeada de falésias imponentes. É uma das paisagens ou postais mais conhecidos da Tailândia. Daí fomos fazer snorkeling em Loh Samah Bay e depois almoçámos em Phi Phi Don (a ilha principal), que conta com bastante comércio, hospital e alguns hotéis. Mas o que veio a seguir foi, para nós, o momento do dia: a hora de sairmos da sala de cinema onde há 20 anos assistimos a The Beach e pisarmos aquela praia de sonho.
Maya Bay, chegámos! E apesar de já não se poder tomar banho – os motivos são mais do que compreensíveis – , valeu muito a pena! Aquela areia fina e branca, aquele mar azul-turquesa, como que emoldurado por duas rochas verdes e simétricas, foi como que um déjà vu a relembrar as cenas do filme…
Relativamente ao que muito se fala, do facto de não se poder tomar banho, há que enquadrar, pois existiu a necessidade de criar regras para preservar o espaço. Há dez anos, os barcos faziam fila para ancorar na baía e desembarcar cerca de cinco mil turistas por dia – sim, leu bem! Consequentemente, tornou-se um lugar inóspito, dado o lixo produzido pelos turistas, destruição dos corais, Natureza, etc. A gestão do governo tailandês nos últimos anos voltou a devolver a magia natural a Maya Bay. Hoje, os barcos não podem atracar na baía – ficam numa zona posterior devidamente preparada para tal –, não se pode mergulhar, nem ficar mais de uma hora. E o ecossistema tem voltado ao normal…
Para finalizar este tour pelas ilhas, prepararam-nos um jantar barbecue a ver o pôr do sol com vista para a James Bond Island, onde também fora gravado um dos filmes do agente secreto mais famoso do mundo.
Parque Nacional de Khao Sok e o 500RAI
Depois do mar, partimos para um dos maiores tesouros da Tailândia: o Parque Nacional de Khao Sok, considerado uma das florestas tropicais mais antigas do mundo. Entre trilhos verdejantes, rios serpenteantes e a possibilidade de avistar elefantes ou bisontes, a sensação é de aventura pura e de uma imaculada Natureza.
A região de Khao Sok, como muitas áreas naturais da Tailândia, está envolta em mitos e histórias populares que misturam espiritualidade budista, crenças e lendas. Muitas das montanhas rochosas são vistas como espíritos guardiões da floresta. Os habitantes acreditam que estas formações rochosas abrigam espíritos antigos que devem ser respeitados. Foi isso que nos explicaram quando parámos em frente a três enormes rochas praticamente do mesmo tamanho.
Chamam-lhes “Três Irmãos” e a mitologia resume-se assim… Há muito tempo, antes mesmo de o tempo contar, a floresta de Khao Sok era governada por três irmãos. Não eram homens comuns, mas espíritos guardiões da montanha, filhos da Terra e do Céu. Cada um representava uma força essencial do mundo: a força, a sabedoria e a compaixão. Até que os homens chegaram e a incerteza começou. Os três irmãos reuniram-se junto ao rio e ofereceram-se em sacrifício para protegerem eternamente o vale. Subiram ao topo da montanha, deram as mãos e transformaram-se em pedra. O rio cresceu, o lago nasceu e os irmãos tornaram-se os Três Guardiões de Cheow Lan.
A lenda serve claramente para alertar todos para o respeito pela Natureza. No meio deste cenário idílico, ergue-se o resort flutuante 500RAI, no lago Cheow Lan. Dormir sobre a água, rodeado por montanhas cársicas cobertas de vegetação, é uma experiência difícil de descrever. O nascer do sol visto da varanda do bungalow é um momento que ficará para sempre na nossa memória.
O resort tem atualmente 15 villas de madeira, de inspiração tailandesa, que flutuam literalmente sobre o lago no meio de uma das paisagens mais deslumbrantes que alguma vez estivemos. Cada villa tem canoas à disposição, há ioga diariamente, trekking pela floresta tropical e observação de espécies que por lá habitam.
Apesar da localização remota, o 500RAI foi concebido com uma filosofia de baixo impacto ecológico. Utiliza a energia solar, promove a conservação da biodiversidade e envolve as comunidades locais em grande parte das suas operações.
A própria gastronomia aposta em ingredientes orgânicos e de origem regional, com pratos tailandeses autênticos. Já deve ter percebido que o 500RAI é um refúgio para quem quer desligar e mergulhar no estado mais puro da Natureza. Não há estradas, nem televisão, nem prédios. Aqui o tempo não existe, nem “conta”. Foi um privilégio.
Krabi: sofisticação e mar cristalino
O último capítulo desta viagem levou-nos a Krabi, onde o luxo discreto do Varana Krabi Hotel, localizado na praia Klong Muang, nos prometia uns dias de treino e de praia. De Krabi partem também as excursões mais procuradas: o célebre 4 Islands Tour, que inclui Poda Island, Chicken Island, Tup Island e Phra Nang Cave Beach. Fomos lá? Claro!
Do nosso hotel ao porto foram dez minutos de carro e depois apanhámos um speedboat que nos levou a Phra Nang Cave Beach, conhecida pela gruta dedicada à deusa da fertilidade e pelas falésias onde se pratica escalada. Seguiu-se Tup Island, famosa pelo seu banco de areia famosa que, graças ao fenómeno natural Talay Waek ou “mar dividido”, permite caminhar até à Mor Island e à Chicken Island. Foi precisamente em frente à ilha que parece uma galinha que saltámos do barco para fazer snorkeling. Água cristalina e peixes de todas as cores.
Por fim, Poda Island. Uma ilha tranquila, com uma praia extensa de areia fina. A mais bonita das quatro.
A jeito informativo, este tour pelas quatro ilhas inclui transfer de ida e volta do hotel e depois barco, guia, almoço, equipamento de snorkeling, seguro e taxas dos parques nacionais. Média de preço por pessoa: 60€, depende sempre do operador e do tipo de barco.
De volta ao Varana Krabi Hotel, cujo conceito de sustentabilidade tem a nossa vénia, sobretudo o sistema de groundwater banking (método de gestão de água sem eletricidade), tuk-tuks elétricos e uso de materiais reciclados.
O hotel também é um hino ao bem-estar: tem piscina olímpica com 50 metros; um ginásio com três pisos; uma pista de corrida com 1 km; dois ringues para aulas de muay thai; e uma parede de escalada. E o spa Faa que combina onsen japonês ao ar livre com ambientes contemplativos.
A nível de gastronomia, destacamos o pequeno-almoço no SALA, na zona mais elevada do hotel, com uma vista soberba e uma arquitetura suspensa deslumbrante. Também o XIN, o primeiro restaurante chinês glamoroso na região de Krabi; o NOOK que serve refeições ao longo do dia; o SIP Pool Bar para beber uns cocktails nas piscinas do hotel; e, finalmente, o The Beach Club, situado junto à praia e é perfeito para ficar todo o dia, almoçar ou jantar enquanto o sol adormece.
O The Beach Club, situado junto à praia e é perfeito para ficar todo o dia, almoçar ou jantar enquanto o sol adormece.
E como o que é bom acaba depressa, chegou o dia de regressar. Já com saudades da cultura rica da Tailândia, dos seus contrastes, sabores e histórias. Voltaremos.
Dicas de viajantes
• Para estadas até 60 dias, não precisa de visto para viajar até à Tailândia;
• O passaporte deve estar válido de pelo menos seis meses a partir da data de entrada na Tailândia;
• Até três dias antes de partir, deve preencher o Thailand Digital Arrival Card (TDAC). Pode ser preenchido online, até 72 horas antes da chegada: dac.immigration.go.th/ arrival-card/#/home
• Não é obrigatória nenhuma vacina.




















