Sexo

Agendar relações sexuais é o compromisso do séc. XXI

E se agendar os encontros íntimos for a solução para os casais não se esquecerem da sua intimidade?

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agendar relações sexuais
Rita Caetano
Escrito por
Jul. 28, 2019

No início das relações, tudo é fácil, sobretudo o sexo, mas, com o passar do tempo, a rotina instala-se.

Além disso, a chegada dos filhos e o ritmo acelerado em que vivemos hoje em dia fazem com que os momentos a dois escasseiem e a vida sexual seja relegada para segundo ou terceiro plano.

Agendar os encontros sexuais pode ser a solução. Pelo menos é isso que nos diz o mais recente estudo, e também o que defende Gigi Engle, sexóloga e coach sexual norte-americana, que chama a esses encontros “sexo de manutenção”. São uma espécie de panaceia para a saúde da relação, quando a espontaneidade sexual e o improviso começam a rarear.

Um encontro temático

Se há queixa repetida no consultório de Gigi Engle, é a falta de tempo para a intimidade e é por esse motivo que a coach sexual não tem dúvidas em recomendar a todos os casais que verbalizam essa queixa a agarrarem na agenda – em papel ou digital – e marcarem um dia para ter relações sexuais.

“Pode parecer pouco sexy, mas está longe disso. O sexo é vital para a maioria dos relacionamentos, portanto tem de ser cultivado, não tem de acontecer apenas quando apetece, porque pode nunca apetecer se não nos prepararmos para isso”, diz.

Regra geral, quando fazemos amor (ou sexo), não preparamos o momento, confiando na ideia de que as relações sexuais surgem de forma espontânea – Cristina Mira Santos, psicóloga e coach sexual

No livro O Melhor Sexo do Mundo (A Esfera dos Livros), Cristina Mira Santos, psicóloga e coach sexual, defende que, tal como quando organiza um jantar, tem de decidir uma data, combinar com os convidados, escolher a ementa, a roupa e até o tema do encontro, o mesmo deve ser feito para o sexo.

“Regra geral, quando fazemos amor (ou sexo), não preparamos o momento, confiando na ideia de que as relações sexuais surgem de forma espontânea e de que o que vier será bem aceite. E se isso é verdade, também é verdade que, para aprofundar o momento, apostar na definição de temas pode ajudar a tornar a situação mais interessante.”, explica.

“E do mesmo modo que no jantar de amigos precisa da concordância de todos, na cama o cenário é exatamente o mesmo e exige, igualmente, dia e hora marcados. Pode optar pelo efeito surpresa, mas nesse caso há sempre o risco de o parceiro chegar a casa e responder ao convite com um ‘hoje não me apetece, estou muito cansado’”, esclarece a psicóloga e coach sexual.

Conversa a dois

Gigi Engle aconselha, primeiro, que os membros do casal se sentem para arranjar um dia e uma hora que seja boa para ambos, depois escrevam a data na agenda – não basta acordar a data, ambos devem escrevê-la na sua agenda para que nada se intrometa pelo meio.

Organizem o encontro em conjunto, pois só assim há um compromisso mútuo, e aproveitem a oportunidade para erotizar o momento nos dias ou horas que o antecedem – uma troca de mensagens, um bilhete deixado ao outro ou um telefonema pode colocá-los no mood para o encontro.

Para a coach sexual, isto pode levar a explorar um novo terreno sexual e a falar sobre as fantasias que possam ter.

Planear um encontro sexual é sinónimo de colocar a imaginação a funcionar, o que pode aumentar o desejo.

Como alimentar o erotismo

Ana Alexandra Carvalheira, sexóloga, diz no livro Em Defesa do Erotismo (Desassossego) que há três componentes que podem nutrir o erotismo. São eles:

1. Imaginação

Esta inclui todas as fantasias, ou seja, as que são concretizáveis e as que não o são. O imaginário erótico excita e pode levar ao ato sexual.

2. Sensorial

São todos os estímulos associados aos cinco sentidos. Na visão, podemos colocar a imagem corporal; na audição, o som da respiração ou sussurros ao ouvido; no olfato estão incluídos os cheiros de cada indivíduo ou do próprio local onde se está; no tato, inclui-se tudo o que tem a ver com o toque, intencional ou não.

3. Transgressão

Já se sabe que o fruto proibido é muitas vezes o mais apetecido e, neste componente, cabe o atrevimento, a criatividade, o fazer coisas novas, inesperadas e sair da rotina, ser surpreendido.


Para que a ‘hora do sexo’ corra da melhor forma, siga os 10 conselhos para momentos escaldantes (sem arrependimentos), da sexóloga Vânia Beliz.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 229, julho de 2019.

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